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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O POEMA DE OURO

tanto resíduo no mar
quanto fluído no ar
santo pensar

onde o orifício
esconde o vício
de voar

santa é a brisa
mantra que avisa
vai orar

terço invisível
verso sensível
a declamar

eis o tesouro
o poema de ouro
a pulsar!

O POEMA DE OURO, de Paulo R. Guedes.
Arte fotográfica surreal de Thomas Barbey.

ONDE ESTARÁ A SOMBRA DO MEU CANTO?

Minha sombra
não sente medo
vai na frente
do meu corpo

O sol ficou
longe, lá trás,
para onde vou
não volto mais

não importa a luz
no fim do túnel
essencial é o caminho

foi o que eu propus
por isso não vou sozinho

Será a sombra
a minha projeção?
Ou serei eu, filho do chão?

O que somos, então?

Serei eu... o escuro?
Serei melhor do que um muro?

Será tudo em vão?

E quando a sombra crescer?
E se meu corpo fenecer?
Onde todos estarão?

E quando anoitecer?
A sombra vai adormecer?
Outros sonhos virão?

Ah, o Sol voltará a brilhar...
meu corpo voltará a trilhar...
a sombra voltará a sonhar...

Se me agacho
a sombra não acho
se me levanto
a sombra é um espanto!

Onde estará a sombra do meu canto?

ONDE ESTARÁ A SOMBRA DO MEU CANTO? poema de Paulo R. C. Guedes.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Quarta-Feira de Cinzas
a chuva inda toca
tamborim no telhado

pingos de sutilezas
música multívoca
um poema molhado


TAMBORIM NO TELHADO, Paulo R. C. Guedes.