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terça-feira, 15 de setembro de 2015

SOMBRA VERDE

A sombra da mangueira é humana
assim como colo cheio de candura
que abriga todo aquele que ufana
véu abrigo cheio de tanta ternura.

Sombra que enche a cor cinza de verde
que amolece o corpo e induz ao sono
sombra lençol para se dormir na rede
e roncar sob o vento em tom uníssono.


(Sombra verde, de Paulo R. C. Guedes)

EPIDERME DO ASFALTO

Sobre a epiderme
do asfalto
um verme
um assalto
entre os poros
da granulometria
entre choros e coros
um resto da maestria
de um delicado salto alto!

(Epiderme do asfalto, Paulo R. C. Guedes)



O GRANDE SARAU

Começou o sarau
das figuras Semânticas e Sintáticas
que se mancaram e sentaram
bem na frente da Alegoria
confidenciava a Anagrama
que tinha visto a Ambiguidade
falar da Antífrase e da Antítese
foi aí que a Antonomásia
cutucou o Apóstrofe
dizendo que era Arcaísmo
essa Catacrese recheada de Comparação
não sei se por Disfemismo, Eufemismo ou Estrangeirismo,
a Gradação acalmou a Hipálage
talvez por influência da Hipérbole
começaram a fazer Ironia
a Metáfora poeta mais requintada
aproximou-se da Metonímia candidamente
e perguntou se o Neologismo
entendia a Metalepse
ele disse que a culpa era do Oximoro
que não sabia fazer Palíndromo
muito menos um Pangrama
aí surgiu um Paradoxo
pois a Perífrase cheia de Prosopopeia
usou todo o seu Sarcasmo
para ironizar a Sinédoque
tentando criar uma Sinestesia.
No meio do sarau a Aliteraçãou
utilizou uma Anáfora
que irritou o Anacoluto e a Analepse
isso gerou uma Assonância
que o Assíndeto julgou ser Barbarismo
e dissertou cheio de Circunlóquio
abordando o Clímax da Colisão Diácope
lógico que teve Eco
pois a Elipse e a Epístrofe
foram reclamar para a Epizêuxis
o exagero da repetição que criou um Hiato
filho do Hipérbato com a Paranomásia
que recitou um Pleonasmo com Polissíndeto
só sei dizer que no final a Tautologia
sem o menor Solecismo
encerrou o sarau com um Zeugma
e assim acabou com toda a Zoomorfização!


(O grande sarau, Paulo R. C. Guedes).